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24 dezembro 2013

Onde está o Menino?

Ache o bebe“Vamos até Belém e vejamos os acontecimentos que o Senhor nos deu a conhecer. E foram apressadamente e acharam Maria e José, e a criança deitada na manjedoura.” (os pastores, cf. Lucas 2.15b-16)

“Onde está o recém-nascido Rei dos judeus? Porque vimos a sua estrela no Oriente, e viemos para adora-lo.” (os Magos, em Jerusalém, cf. Mateus 2.2)

“...então, convocando todos os principais sacerdotes e escribas do povo, indagava deles onde o Cristo deveria nascer.” (atitude de Herodes, cf. Mateus 2.4)

“...Herodes, tendo chamado secretamente os Magos, inquiriu deles com precisão quanto ao tempo em que a estrela aparecera. E enviando-os a Belém, disse-lhes: ‘Ide informar-vos cuidadosamente a respeito; do menino; e quando o tiverdes encontrado, avisai-me para eu também ir adora-lo.” (Herodes, aos Magos, cf. Mateus 2.7-8)

“Entrando na casa, viram o menino com Maria, sua mãe. Prostrando-se, o adoraram...” (os Magos, em Belém, cf. Mateus 2.11)

“Sendo por divina advertência prevenidos em sonho para não voltarem à presença de Herodes, regressaram por outro caminho à sua terra” (os Magos, cf. Mateus 2.12)

Onde está o Menino?

Cada um, por sua própria motivação, faz essa pergunta, e recebe a resposta que merece:

    • a) Os pastores, gente simples, excluída e que vivia fora da cidade, não perguntaram; a eles foi revelado gratuitamente pelos anjos; a eles foi anunciada a chegada do Salvador!
    • b) Os Magos do Oriente, que provavelmente seriam exorcizados na maioria das mega-igrejas pós-modernas, não eram judeus, não eram do povo eleito, a eles foi reveladosegundo a sua própria maneira de conhecer o Sagrado – a chegada do Rei. E eles partiram para vê-lo e adora-lo e indagaram... os mesmos Magos que recebem do Divino a advertência de não mais procurarem Herodes e regressarem por outro caminho: vieram de um jeito, retornaram de outro, desta vez guiados não mais pela estrela, mas pelo Divino!
    • c) Herodes, o rei, o poderoso, judeu mestiço, parte do povo eleito, mas lacaio do Império Romano que a tudo e todos dominava, em seu coração temeu perder o poder e as regalias, para ele a resposta não foi dada, e em seu desespero, tornou-se assassino pelo medo de perder o poder.

Neste início do século XXI, já desde o final do século XX, celebramos o Natal em meio ao consumismo, ao Papai Noel, aos banquetes e às vazias mensagens de paz e boa-vontade (no dia 26 os bancos e a agiotagem geral, impiedosamente, estarão liquidando vidas – como Herodes - em nome de dívidas e amparados pela lei – talvez até mesmo de alguns que receberam sua mensagem natalina); mas a pergunta ainda está presente: Onde está o Menino?

Talvez o Menino esteja entre os moradores de rua, que no dia 26 estarão buscando no lixo, as sobras dos banquetes do desperdício, recolhendo caixas de papelão dos brinquedos e TV’s digitais, para vender a fim de poder comprar pão e um pouco de dignidade...

Talvez o Menino esteja em algum assentamento de pobres migrantes no terceiro mundo – como aliás, estava em Belém....

Talvez o Menino esteja em algum lar muçulmano na Palestina, sem esperança futura de uma cidadania com dignidade, pois isso lhes é negada por um Estado de opressão...

Talvez o Menino esteja em algum cidade iraquiana ou afegã, entre as ruínas do assassinato... que motiva mais assassinatos... talvez o Menino acabe se tornando um terrorista, porque de Salvação só lhe restará a vingança...

Talvez o Menino esteja em algum acampamento de assolados pela seca, pela fome e pela opressão em algum canto da África, sem futuro, sem esperança, sem nada…

Talvez o Menino esteja na pequena e pobre comunidade cristã em alguma periferia ou favela controlada pelo tráfico de drogas, esquecida dos serviços públicos e à mercê da boa-vontade dos traficantes e dos milicianos…

Talvez hoje o Menino seja também uma Menina, qualquer criança ameaçada de viver, no futuro, em um mundo onde a água será privilégio e a natureza estará, em sua loucura, vingando tudo aquilo que a humanidade destruiu em nome da riqueza e do progresso.

Mas com certeza – e assim nos mostram Lucas e Mateus – o Menino não está nos grandes palácios dos poderosos (fosse em Roma, ou Jerusalém naquele tempo, seja em Washington, Bruxelas, Moscou, Brasília e tantos lugares onde o poder se instala em palácios cercados de barracos...).

Com certeza não estará entre os donos da verdade que, em sua arrogância, negam a diversidade e demonizam todos que diferem ou discordam deles...

Com certeza não estará nos mega-templos dos shows mirabolantes e da venda do sagrado...

Com certeza não estará como membro de qualquer instituição religiosa que segue a própria lógica da manutenção de seu “status quo”...

O Menino quer estar no teu coração... mas para isso é preciso que faças a pergunta certa, com o motivo certo, e não tenhas medo se a resposta não for aquela que imaginas.

O Menino nasce no estábulo, na periferia, é revelado entre pastores que vivem fora da cidade e é visto pelos Magos, que vieram de longe seguindo uma estrela. Não seja um Herodes!

Rev. Luiz Caetano, ost+

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12 novembro 2013

Seguir a Cristo hoje!

Jesus com discípulos 3Lemos na 2ª Carta de Paulo a Timóteo:

Sabe, porém, isto: nos últimos dias, sobrevirão tempos difíceis, pois os homens serão egoístas, avarentos, jactanciosos, arrogantes, blasfemadores, desobedientes aos pais, ingratos, irreverentes, desafeiçoados, implacáveis, caluniadores, sem domínio de si, cruéis, inimigos do bem, traidores, atrevidos, enfatuados, mais amigos dos prazeres que amigos de Deus, tendo forma de piedade, negando-lhe, entretanto, o poder. Foge também destes. […] São homens de todo corrompidos na mente, réprobos quanto à fé; eles, todavia, não irão avante; porque a sua insensatez será a todos evidente, como também aconteceu com a daqueles. Tu, porém, tens seguido, de perto, o meu ensino, procedimento, propósito, fé, longanimidade, amor, perseverança, as minhas perseguições e os meus sofrimentos, quais me aconteceram em Antioquia, Icônio e Listra, — que variadas perseguições tenho suportado! De todas, entretanto, me livrou o Senhor. Ora, todos quantos querem viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos. Mas os homens perversos e impostores irão de mal a pior, enganando e sendo enganados. Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste e de que foste inteirado, sabendo de quem o aprendeste e que, desde a infância, sabes as sagradas letras, que podem tornar-te sábio para a salvação pela fé em Cristo Jesus. Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra. (II Timóteo 3.1-17 – Almeida, R.A.)

No tempo de Timóteo, como no nosso tempo, seguir Jesus Cristo traz problemas: o autor da epístola diz claramente: Ora, todos quantos querem viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos”. Complicado isso, não é? Afinal, religião devia trazer paz e bem estar pra gente! A gente vai à Igreja em busca disso, não é?

De fato, quem pretende consumir religião, pensa assim mesmo! Quer viver em paz, ter certeza de que Deus o abençoa, resolver sua vida, enfim, se dar bem!

Porém, o real seguimento a Jesus Cristo implica, muitas vezes em estar na contramão, em seguir caminhando com Fé, geradora da Esperança!

Não se trata de eliminar o prazer, a alegria, o bem viver… mas de tomar atitudes que contrariam a lógica do consumismo, do egocentrismo e da satisfação momentânea de todos os desejos. Significa sair da mediocridade imediatista, da superficialidade do moralismo, da vazia auto-satisfação que gera cada vez mais a necessidade de autoestima, numa busca sem fim do sentido da vida!

O texto acima de II Timóteo parece ter sido escrito para uma pessoa cristã de nosso tempo, não do primeiro século cristão!

De fato, seguir a Jesus Cristo é um caminho estreito e, muitas vezes, complicado, porque  nos faz parecer estranhos para os outros, e pode trazer perseguição – há muitas formas de perseguição hoje em dia… Afinal, uma pessoa cristã, que busca seguir Jesus Cristo, norteia sua vida e suas atitudes por outros valores! Olha o mundo de forma crítica e busca criar relações de solidariedade e comunhão…

Leia novamente o texto acima de II Timóteo. E reflita sobre sua vida e sobre os caminhos que você vem seguindo…

E decida: queres ouvir a Jesus Cristo e seguir com Ele? ou prefere a mesmice do cotidiano ansioso em busca de um sentido concreto para a sua vida?

Rev. Luiz Caetano, ost+

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05 setembro 2013

A Beatíssima Virgem Maria

Teotokos 1A Virgem Maria, Mãe de Jesus, é uma criatura privilegiada. Deus queria fazer-se homem e escolheu uma menina para isso, ser Sua Mãe, cumulando-a de todas as virtudes, a fim de preparar Sua morada em seu seio virginal.

O privilégio fundamental, que está no centro de todos os outros e dá a razão deles, é a maternidade divina. Maria Santíssima é verdadeiramente Mãe de Deus, porque gerou e deu à luz Cristo Jesus, que é verdadeiro Deus e verdadeiro Homem. Quando Nestório negou a Maternidade Divina de Maria, o Concílio de Éfeso proclamou este ensinamento: "Se alguém não confessa que o Emanuel é verdadeiro Deus e por isso a Santíssima Virgem é Mãe de Deus, posto que gerou carnalmente o Verbo de Deus feito carne, seja anátema". (Anatem, de S. Cirilo, 1, em Dz.113). Jesus é seu Filho.

Embora esse privilégio se refira a ela, há de se entender, ao mesmo tempo, que Deus a santificou com tal abundância de graças que, como anglicanos devemos, sim, respeitar, admirar. Ela é a primeira de todos os Santos, porque a medida da sua santidade é o privilégio maior que Deus concedeu a uma criatura: ser Sua Mãe: "Todas as gerações me chamarão bem aventurada" (Lc 1.48)

A piedade da Igreja para com a Santíssima Virgem é intrínseca ao culto cristão. Com efeito, desde remotíssimos tempos, a Bem-Aventurada Virgem é venerada sob o título de "Mãe de Deus" (Theothokos). Este culto encontra a sua expressão nas festas litúrgicas dedicadas à Mãe de Deus e na oração mariana, tal como nas celebrações nos ofícios diários e celebrações dominicais, pois a Virgem é legitimamente honrada com datas próprias no calendário litúrgico da nossa Igreja; várias igrejas e catedrais de nossa tradição, pelo mundo, são dedicadas à Virgem Maria e levam seu nome.

Para saber mais sobre a Virgem Maria na nossa tradição, veja o artigo do Rev. Luiz Caetano:(https://docs.google.com/file/d/0B25fLSpH7iZsY05ubm1XSEFBcU0/edit?usp=sharing).

Rev. Daniel, ost+

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20 agosto 2013

Os muitos rebanhos do Bom Pastor

JesusCristo Pastor

Jesus se identifica como Bom Pastor, aquele que dá a vida pelas suas ovelhas, aquele que é reconhecido por elas:

“Em verdade, em verdade vos digo: o que não entra pela porta no aprisco das ovelhas, mas sobe por outra parte, esse é ladrão e salteador. Aquele, porém, que entra pela porta, esse é o pastor das ovelhas. Para este o porteiro abre, as ovelhas ouvem a sua voz, ele chama pelo nome as suas próprias ovelhas e as conduz para fora. Depois de fazer sair todas as que lhe pertencem, vai adiante delas, e elas o seguem, porque lhe reconhecem a voz; mas de modo nenhum seguirão o estranho; antes, fugirão dele, porque não conhecem a voz dos estranhos. [...] Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida pelas ovelhas. O mercenário, que não é pastor, a quem não pertencem as ovelhas, vê vir o lobo, abandona as ovelhas e foge; então, o lobo as arrebata e dispersa. O mercenário foge, porque é mercenário e não tem cuidado com as ovelhas. Eu sou o bom pastor; conheço as minhas ovelhas, e elas me conhecem a mim,  assim como o Pai me conhece a mim, e eu conheço o Pai; e dou a minha vida pelas ovelhas.   Ainda tenho outras ovelhas, não deste aprisco; a mim me convém conduzi-las; elas ouvirão a minha voz; então, haverá um rebanho e um pastor.”  (Evangelho de João 10.1-5;11-16 – Almeida, R.A.)

O Bom Pastor tem rebanhos em todo o mundo. Os rebanhos não são todos iguais, porque as ovelhas também não são todas iguais. A diversidade da Igreja de Cristo é uma bênção para que se cumpra o pedido do Senhor, que todas as pessoas possam ter acesso ao Evangelho de Cristo e à Vida em Plenitude que Ele concede.

Essa Vida em Plenitude é dada por Cristo, não por uma denominação religiosa. As diferentes igrejas (instituições e denominações religiosas) são parte da IGREJA DE JESUS CRISTO (que é simplesmente a Comunidade Universal de Comunhão, Serviço e Testemunho à Luz do Evangelho).

Se você se sente uma ovelha fora do rebanho, como que perdida ou desgarrada, dê uma chance ao Bom Pastor, que está à sua procura!

Talvez possamos ser o redil que você está buscando!

Rev. Luiz Caetano, ost+

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15 julho 2013

Mordomia Cristã (2): Ação Diaconal

(veja também o primeiro artigo da série “Mordomia Cristã”: clique aqui)

ConsoladorNesta segunda reflexão sobre a Mordomia Cristã, vamos conversar sobre Ação Diaconal.

O termo Diaconia foi desde os primórdios do Cristianismo ligado ao serviço que se presta aos mais necessitados. Assim, em Atos dos Apóstolos 6.1-7 vemos o núcleo da Igreja Primitiva designando sete homens para exercerem o cuidado para com os órfãos e as viúvas, gente que – pela sua condição – sofria privações enormes. A criação dos Diáconos para cumprir essa tarefa em nome dos Apóstolos mostra que desde o início o cuidado com os necessitados era parte do ministério da Igreja, totalmente vinculado ao ministério apostólico.

O significado de Diaconia, com o passar dos séculos, desenvolveu-se para o conceito de serviço aos mais necessitados e, por extensão, à comunidade como um todo. Hoje podemos dizer, como uma simplificação, que Diaconia se aplica à ação social da Igreja, algo inerente à própria existência da Igreja e do seu testemunho do Evangelho de Cristo, uma vez que nosso Senhor está entre nós como “aquele que serve” (cf. Marcos 10.45: Pois o próprio Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos.)

Muitas organizações de inspiração cristã (e não cristã também), vinculadas ou não à uma determinada Igreja, fazem excelente trabalho de ação social. A maioria delas conta com quadros profissionais especializados e exercem importante papel no âmbito da cooperação e ação social. Ao contrário das instituições estatais ou exclusivamente patrocinadas pelo estado, a grande maioria delas adotam modelos de organização e gestão bastante sofisticados e eficazes, otimizando os recursos para suas atividades fins.

Nossa comunidade paroquial atua de diferentes maneiras em termos de ação diaconal:

SPAPOST 2012 09 09 1   1) Nós apoiamos duas organizações sociais que atuam servindo aos mais necessitados; dedicamos a elas mensalmente, pelo menos, duas coletas dos ofícios dominicais matutinos (conheça essas entidades, clique aqui);

    2) Periodicamente definimos um determinado domingo como Domingo Diaconal da Comunidade, quando a congregação deposita sob o Altar gêneros alimentícios, produtos de higiene pessoal, produtos de limpeza, e outros produtos que são encaminhados para famílias carentes e outras instituições de ação social;

    3) Contribuindo mensalmente com a nossa Diocese através de determinado valor monetário, denominado Quota Diocesana, como parte de nossa contribuição para com o rateio de despesas da Diocese e da manutenção do clero diocesano; a comunidade começa a preparar-se para atender à solicitação da Diocese de, a médio prazo, ser capaz de contribuir com metade dos proventos do clero paroquial.  Nossa paróquia mesmo é uma Paróquia Subvencionada, ou seja, nosso clero paroquial é mantido com recursos diocesanos, advindos basicamente das contribuições em quotas de todas as comunidades. Entendemos que contribuir com a manutenção da Diocese é uma ação diaconal, uma vez que a Diocese é uma organização a serviço de suas comunidades.

   4) Nossa comunidade entende ainda como parte de sua Ação Diaconal a inserção nas campanhas e mobilizações populares do bairro de Santa Teresa e arredores. É comum nossas instalações servirem para reuniões das diferentes associações de moradores da região, especialmente o Conselho  de Ruas da AMAST (Associação de Moradores e Amigos de Santa Teresa), especialmente as Assembleias Gerais e Audiências Públicas promovidas pela Associação. Mesmo sendo uma comunidade dispersa pela cidade do Rio de Janeiro (temos membros que residem na Zona Oeste, na Zona Norte e até mesmo na Baixada) a Comunidade é bastante sensível aos problemas do bairro e totalmente solidária na defesa dos interesses do povo de Santa Teresa.

  5) O Atelier Paroquial , sob coordenação da eclesiana,  Sra. Lídia Crespo Correia, com apoio do Atelier Mãos que Fazem, promoveu, por muitos anos o curso de Patchwork em nosso salão paroquial. Hoje o Atelier continua funcionando como espaço onde mulheres oriundas dos cursos se reúnem para compartilhar experiências e confeccionar juntas seus trabalhos.

  6) Várias iniciativas sociais hoje existentes em Santa Teresa, germinaram a partir do apoio decisivo e total da Paróquia São Paulo Apóstolo, nos últimos 15 anos. Por exemplo, o Cine Santa (cinema de qualidade a preços módicos especialmente para os moradores no bairro), começou há 10 anos exibindo filmes em nosso templo paroquial nos sábados à tarde. Hoje o Cine Santa tem seu próprio ambiente, no Largo do Guimarães, uma sala confortável onde são exibidos o que há de melhor na produção cinematográfica brasileira e internacional.  Durante vários anos a Feira Ecológica em Santa Teresa funcionou semanalmente em nossas instalações; A Horta Comunitária do Morro da Coroa nasceu há quase 5 anos graças ao apoio total da Paróquia como responsável por um projeto submetido e apoiado pela Cooperação Ecumênica nacional e internacional. 

Arte-terapia no Morro dos Prazeres   7) Mais recentemente, a Paróquia promoveu um programa de Arte-terapia para mulheres vítimas de violência na Comunidade do Morro dos Prazeres, com parte dos recursos fornecidos pela Oferta Unida de Gratidão da nossa Igreja no Brasil. Esse projeto, coordenado pela Assistente Social,  Sra. Sandra Mônica da Silva Schwarzstein,  paroquiana e secretária da Junta Paroquial. O programa agora está em fase de avaliação e planejamento para ampliar sua abrangência, visando a criação de outro grupo que se reunirá no salão paroquial. Em breve publicaremos mais informações a respeito.

   8) O programa Música e Café na Igreja é também entendido como parte de nossa Ação Diaconal, pois é um serviço ao bairro e uma oportunidade para jovens artistas se apresentarem sem custos de produção. Pelo menos uma vez por bimestre a Paróquia promove em seu templo a apresentação de artistas e grupos musicais (inclusive dança) com entrada franca, sendo servido um cafezinho ao final, facilitando o convívio e a boa conversa.

   9) Nossa comunidade conta em sua congregação com quatro pessoas  profissionais na área do Serviço Social, que estão sendo desafiadas pela comunidade e pelos pastores a organizarem de forma efetiva a Ação Diaconal da Paróquia.

As Contribuições Regulares e as Ofertas que recebemos são direcionadas não só para a manutenção do serviço religioso, mas também para a Ação Social. Apesar dos poucos recursos que temos, nossa Comunidade compartilha-os em nome do Senhor Jesus  Cristo como testemunho do Seu amor e Sua misericórdia para com todas as pessoas. Nós entendemos que a Ação Diaconal é parte de nossa Missão e uma das nossas mais efetivas formas de evangelização.

Quando você contribui ou oferta para a Paróquia São Paulo Apóstolo sabe que o dinheiro oferecido é utilizado em nome do Senhor para o benefício da comunidade e da ação evangelizadora de presença e solidariedade. Muito obrigado a todos que, generosamente, partilham seus dons materiais, vocacionais e profissionais em nossa comunidade paroquial.

Rev. Luiz Caetano, ost+

Rev. Daniel Rangel, ost+

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26 junho 2013

Santo Albano, mártir

Santo Albano 3Nosso calendário litúrgico celebra a memória de Santo Albano dia 22 de junho. Santo Albano tem um lugar especial na tradição anglicana por ter sido o protomártir (primeiro mártir) da Grã-Bretanha. Vamos conhecer um pouco da vida de Santo Albano e inspirar-nos em seu testemunho (martirya no grego – daí a palavra mártir significar testemunha).

Albano, cuja origem talvez fosse romana, residia em Verulamium, a cidade-fortaleza construída pelos romanos a sudeste da ilha britânica, perto de River Ver, e prestou serviço no exército imperial de Roma. Sendo pagão, nada tinha a temer quando começou a perseguição anticristã, possivelmente a decretada pelo imperador Sétimo Severo e não a do seu sucessor Diocleciano, como alguns historiadores acreditam.

Certo dia, um cristão perseguido chegou à sua casa. Albano o acolheu e escondeu. Observou que o homem mantinha-se em vigília, orando noite e dia. A convivência e o exemplo do hóspede clandestino levaram Albano impressionar-se com a fé cristã. Tocado pela graça de Deus, converteu-se. Tornou-se um cristão, justamente naquele momento de risco de morte tão sério.

Dias depois, soldados foram à casa de Albano, porque souberam que ele escondia um cristão. Quando chegaram, o santo mártir se apresentou vestindo as roupas do cristão procurado e disse: “Aquele que vocês procuram sou eu”. Assim, foi levado, amarrado, perante o juiz.

O juiz ordenou que Albano fosse torturado e ele o foi com extrema crueldade, e tudo suportou com paciência e íntima alegria, testemunhando sua confiança em nosso Senhor. Quando o juiz percebeu que ele não abandonaria a fé cristã, decretou sua morte por decapitação, uma vez que era soldado romano e assim cometera crime de traição ao Império, pois confessava outro Senhor (Kyrios) que não era o Imperador. Ao ser levado para a execução, Albano converteu seu carrasco, que posteriormente também foi executado. O mártir Albano morreu no dia 22 de junho de 304.

Quase um século depois, quando o cristianismo já era reconhecido no Império e os cristãos tinham liberdade para vivenciar sua fé publicamente, no lugar de seu martírio foi erguido um monumento para sua sepultura, o qual se tornou um lugar de muitas peregrinações nos séculos seguintes. São Germano, que fez peregrinação ao túmulo de Albano, levou para a Gália um pouco da terra da sepultura do venerado mártir, em 429. Dessa forma, Albano passou a ser venerado também no continente.

Ainda no século V, com a retirada dos romanos, a Grande Bretanha foi invadida por tribos germânicas (anglo-saxões), as quais, mais tarde,  foram evangelizadas e passaram a propagar o culto do admirável mártir Albano por toda a Alemanha. O papa Gregório Magno, entre os anos de 590 e 604, concedeu a autorização para o culto e declarou Albano santo e mártir pelo testemunho da fé em Cristo.

No lugar onde foi martirizado, formou-se a cidade que hoje leva o seu nome: Saint Albans, ao norte da área metropolitana de Londres, onde se encontra a esplêndida Catedral de Santo Albano. A Igreja festeja-o no dia 22 de junho, mas em algumas regiões é homenageado no dia 17, isso porque um antigo copista cometeu um erro e trocou o numero romano XXII por XVII.

A história da Igreja conta com muitas testemunhas que deram sua vida pela fé. É preciso entender que, no tempo do Império Romano, os cristãos eram condenados por um motivo político e não religioso.

O Império Romano era bastante liberal no que se referia à religião; aliás, essa era uma das táticas para manter a Pax Romana: o respeito à cultura e às tradições dos povos dominados, desde que se mantivesse o Imperador como Sumo Pontífice, ou seja supremo chefe religioso, de qualquer religião, e em alguns momentos, o Imperador devia ser honrado como divino. O título “Kyrios” (Senhor Absoluto) era exclusivamente atribuído ao Imperador.

Mas os cristãos teimavam em reconhecer como Kyrios a Jesus – quem, do ponto de vista do Império, havia sido um fora-da-lei e agitador, condenado à morte pelo governo romano da Judéia, sob a acusação de proclamar-se Rei.

Ora, reconhecer outro “Kyrios” que não fosse o Imperador, era considerado crime de alta traição. Assim, os mártires cristãos deram sua vida por afirmarem que o senhorio absoluto não cabe a um ser humano, mas exclusivamente ao Senhor dos Senhores, o Filho de Deus, ao Deus encarnado, Jesus, o Cristo.

Rev. Luiz Caetano, ost+

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10 maio 2013

Mordomia Cristã: nossa responsabilidade

Mordomia Cristã 2Mordomia é “cuidar da casa”! Mordomo é alguém a quem entregamos o cuidado da nossa casa. Após a Criação, Deus entregou tudo ao ser humano que, assim, se tornou Mordomo da Criação! Por isso, como cristãos, nos sentimos responsáveis pelo cuidado da Natureza e pela preservação da Vida em todas as suas manifestações.

Em certo sentido, enquanto comunidade, somos chamados a ser mordomos uns aos outros, ou seja, o bem estar de cada um de nós é responsabilidade de todos nós! Por isso, somos chamados a exercer a solidariedade, a partilhar nossos dons (dádivas de Deus), servindo uns aos outros da mesma forma como Deus foi solidário conosco enviando seu próprio Filho para servir como nosso Redentor!

Como cristãos somos chamados a exercer também a mordomia para com a Igreja. A Igreja, comunidade dos filhos e filhas de Deus em Cristo pelo Batismo, enviada por Cristo para anunciar o Evangelho, existe e atua no mundo, organizada como uma instituição e, portanto, precisa ser mantida e sustentada.

Como podemos fazer isso? De várias maneiras; hoje vamos ver uma delas:

A Manutenção e o Sustento da Igreja

Todos os membros da Igreja, especialmente aqueles que reafirmaram sua fé na Confirmação (Crisma) ou que foram recebidos à Comunhão da Igreja, são responsáveis pela manutenção e sustento da Igreja. Há várias maneiras de colaborar e todos nós somos chamados para isso.

a) Contribuição Regular: Veja bem: Deus não necessita de um Templo, nem de um salão paroquial, nem de pastores; Deus não precisa de nada disso. Mas nós necessitamos de um espaço sagrado, de um espaço para o convívio fraterno, de pastores e pastoras que nos sirvam como ministros e orientadores espirituais; gostamos de boa música nas celebrações, gostamos de ver o templo limpo, arrumado e decorado conforme nosso costume. Isso faz parte de nossa identidade denominacional, e nos localiza no tempo e no espaço enquanto comunidade confessante! Para manter tudo isso, cada membro da Igreja dá sua Contribuição Regular, um valor mensal que se destina exclusivamente para a manutenção da Igreja e o sustento do ministério e da Missão. Cada família, ou cada pessoa decide qual o valor que dará como Contribuição Regular, mensalmente ou conforme a sazonalidade que julgar conveniente à sua realidade. Esse valor será colocado em um envelope especial para o registro da contribuição, que será posto na salva por ocasião da Coleta nos ofícios, ou entregue diretamente ao Tesoureiro Paroquial. Você pode obter o envelope diretamente com o Tesoureiro ou qualquer membro da nossa Junta Paroquial (membros eleitos pela congregação para administrarem a Paróquia com o Pároco, com mandatos determinados). A Contribuição Regular informada é base para a gestão orçamentária da Paróquia. Converse com o Tesoureiro!

b) Ofertas durante os Ofícios: É importante que você saiba que as ofertas dadas por ocasião dos ofícios (coleta) não se destinam à manutenção da Paróquia exclusivamente. As coletas dos ofícios destinam-se às ações específicas da Comunidade: Diaconia (serviço e ação social), apoio a algum projeto diocesano ou nacional, instituições de caridade da Igreja ou de outras denominações, campanhas especiais, etc. A cada ofício anunciaremos a finalidade da coleta e o destino das ofertas recebidas. Oferta não substitui a Contribuição Regular!

c) Ofertas Especiais: É costume entre os episcopais anglicanos, em ocasiões especiais, dar-se uma oferta em ação de graças. Por exemplo, no Natal e na Páscoa, aniversário, formatura, matrimônio, etc. Nossa Paróquia não cobra pelos serviços religiosos prestados aos membros da comunidade (batizado, casamento, sepultamento, etc.); no caso de casamentos de pessoas não membros da comunidade,  a Junta Paroquial estabeleceu um valor que é destinado para o fundo de manutenção e conservação do templo. Quando recebido, esse valor é registrado como Oferta Especial em nossa Tesouraria e na Contabilidade.

d) Exerça seu ministério de serviço à Comunidade: Além da contribuição financeira, o membro da Igreja deve oferecer algum dom e um pouco do seu tempo para servir à comunidade. Por exemplo, você pode auxiliar na Liturgia, ser membro da Junta Paroquial, cuidar dos objetos do culto e da decoração do Altar, ajudar o Pároco na Educação Cristã da comunidade, prestar algum serviço na sua área profissional ou de conhecimento (por exemplo, música, saúde, contabilidade, manutenção de equipamentos ou do prédio, decoração do templo, do jardim, etc.). Há muitas oportunidades! Fale com os Pastores da Comunidade!

Este não é um artigo para pedir dinheiro para a Igreja. Nossa Paróquia, e a nossa Tradição não negocia com a Graça, nem faz barganhas com serviços religiosos. Ninguém deixa de receber os sacramentos, nem de participar das atividades da Igreja porque não é contribuinte.  Nossa Tesouraria publica, mensalmente,  no mural da Igreja todo o movimento financeiro da Paróquia.

Intencionalmente, não coloquei referências bíblicas sobre o assunto, embora a Sagrada Escritura, em diferentes textos, trate do tema; preferi abordar a Mordomia Cristã enquanto conceito ético e não obrigação religiosa.  A contribuição financeira para a Igreja é um sinal de compromisso e pertença real, movida pela vontade solidária de cada um. Cabe a você decidir se você é realmente parte da Igreja ou apenas se considera alguém consumidor de religião que dá uma esmolinha ou uma ajuda vez em quando…

Rev. Luiz Caetano, ost+

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30 março 2013

JESUS RESSUSCITOU! ALELUIA!

Jesus ressuscitado

      “No primeiro dia da semana, Maria Madalena foi ao sepulcro de madrugada, sendo ainda escuro, e viu que a pedra estava revolvida. Então, correu e foi ter com Simão Pedro e com o outro discípulo, a quem Jesus amava, e disse-lhes: Tiraram do sepulcro o Senhor, e não sabemos onde o puseram. Saiu, pois, Pedro e o outro discípulo e foram ao sepulcro.  Ambos corriam juntos, mas o outro discípulo correu mais depressa do que Pedro e chegou primeiro ao sepulcro;  e, abaixando-se, viu os lençóis de linho; todavia, não entrou. Então, Simão Pedro, seguindo-o, chegou e entrou no sepulcro. Ele também viu os lençóis,  e o lenço que estivera sobre a cabeça de Jesus, e que não estava com os lençóis, mas deixado num lugar à parte.  Então, entrou também o outro discípulo, que chegara primeiro ao sepulcro, e viu, e creu. Pois ainda não tinham compreendido a Escritura, que era necessário ressuscitar ele dentre os mortos.E voltaram os discípulos outra vez para casa.
Maria, entretanto, permanecia junto à entrada do túmulo, chorando. Enquanto chorava, abaixou-se, e olhou para dentro do túmulo, e viu dois anjos vestidos de branco, sentados onde o corpo de Jesus fora posto, um à cabeceira e outro aos pés. Então, eles lhe perguntaram: Mulher, por que choras? Ela lhes respondeu: Porque levaram o meu Senhor, e não sei onde o puseram. Tendo dito isto, voltou-se para trás e viu Jesus em pé, mas não reconheceu que era Jesus.  Perguntou-lhe Jesus: Mulher, por que choras? A quem procuras? Ela, supondo ser ele o jardineiro, respondeu: Senhor, se tu o tiraste, dize-me onde o puseste, e eu o levarei. Disse-lhe Jesus: Maria! Ela, voltando-se, lhe disse, em hebraico: Raboni (que quer dizer Mestre)! Recomendou-lhe Jesus: Não me detenhas; porque ainda não subi para meu Pai, mas vai ter com os meus irmãos e dize-lhes: Subo para meu Pai e vosso Pai, para meu Deus e vosso Deus. Então, saiu Maria Madalena anunciando aos discípulos: Vi o Senhor! E contava que ele lhe dissera estas coisas.”  (João 20.1-18)

Cristo ressuscitou! O Senhor vive no meio de nós!

Ele está conosco até o fim dos tempos!  Para sempre!

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22 março 2013

Oração Consciente e Coerente

Jesus_orando- de dia Jesus fazia da oração o recurso para aquietar sua humanidade a fim de ouvir e falar com o Pai. Assim, contam os Evangelhos, ele recebeu orientação para, por exemplo, escolher seus discípulos, e também receber o conforto no Horto antes de ser preso. Na oração, o homem Jesus experimenta profunda comunhão com Seu Pai.

Certa vez um dos discípulos pediu a Jesus que os ensinasse a orar, e Jesus ensinou a oração que conhecemos como Oração Dominical ou Pai-Nosso, a oração que recitamos em comunidade e também individualmente.

Todavia a oração não se resume em uma fórmula definida que se repete, nem em ritos. A oração é mais que isso, é um estado consciente em que o coração humano pode entrar em comunhão com Deus mediante o Cristo, pois toda oração cristã é feita em nome do Senhor Jesus Cristo; ou seja, Jesus ora conosco quando oramos, e assim entramos na intimidade de Deus – o Pai – em  comunhão com Seu Filho. A oração nos dá acesso Àquele que nos criou e que nos conhece profundamente e, em amor misericordioso, supre nossas necessidades. 

Refletindo a partir da oração que Jesus nos ensinou, podemos tirar algumas lições sobre a oração cristã, orientando-nos para nosso momento pessoal de oração e também quando oramos com outras pessoas cristãs. Vamos fazer uma breve reflexão com base no texto que se encontra em nosso Livro de Oração Comum (LOC), ou seja, a fórmula que utilizamos em nossa oração comunitária.

“Pai Nosso, que estás nos céus, santificado seja o Teu Nome; venha o teu Reino; seja feita a Tua Vontade assim na terra como no céu”.

A oração é sempre dirigida ao Pai, é com o Pai que entramos em comunhão quando oramos. Assim, toda oração é louvor e reconhecimento do Nome Santo de Deus e de Sua Glória. A oração é também testemunho de submissão e confiança à vontade soberana de Deus, e manifestação de adesão ao Seu Reino como horizonte de nossa vida.

Talvez algumas pessoas considerem desrespeitosa a forma de tratamento para com Deus (segunda pessoal do singular), diante da majestade de Deus. Todavia, mesmo sendo Soberano, Ele deseja uma intimidade conosco, intimidade de companheiro, intimidade de quem se sabe Senhor mas, acima de tudo, se apresenta como Pai Amoroso. Não se trata de irreverência, mas de reconhecimento de intimidade que o próprio Deus concede. Assim, a ousadia de chamar Deus de Tu é, na verdade, reconhecimento de Sua Majestade Misericordiosa.

“O pão nosso de cada dia, dá-nos hoje”.

A oração inclui o reconhecimento de nossas necessidades colocando-as diante do Pai Amoroso em plena confiança que Ele nos supre. Importante notar que a petição é  para hoje, não para amanhã ou para os próximos anos! Não há necessidade de cronogramas em nossa relação com Deus, pois Deus não tem relógio, nem calendário; o tempo de Deus é sempre o hoje, porque para Deus não há passado, nem presente, nem futuro. A confiança em Deus deve ser tal que nos liberta da ansiedade pelo futuro, e nos permite gozar as dádivas de Deus em cada momento de nossa vida. Jesus afirmou que devemos buscar primeiro o Reino de Deus e sua justiça, e tudo que necessitarmos nos será acrescentado (cf. Mateus 6.25-34).

“Perdoa as nossas dívidas, assim como nós também perdoamos os nossos devedores”.

Não se trata apenas de reconhecimento e confissão de pecados! Naturalmente, cada vez que oramos, devemos reconhecer diante de Deus nosso pecado, nossa incapacidade de viver de forma absolutamente solidária e em obediência à Vontade Soberana de Deus. Mas é principalmente reconhecer que somos devedores de Deus, pois Ele nos ama incondicionalmente, atua em nossa vida com misericórdia e nos concede a Graça (de graça) porque o próprio Jesus, Seu Filho, já expiou para sempre os nossos pecados. Assim, invocar o perdão de Deus estamos afirmando também nossa disposição de sermos misericordiosos uns com os outros. O “assim como”  da oração não é uma condição, mas uma disposição solidária de sermos misericordiosos, uma abertura à graça de Deus que nos torna misericordiosos. Novamente o texto de Mateus 6.25-34 nos lembra: buscar o Reino de Deus e sua justiça, a justiça de Deus é misericórdia.

“Não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do Mal”

Como seres históricos, vivemos cercados pela tentação. A tentação da auto-suficiência e de ocuparmos o lugar de Deus. Ao pedirmos livramento da tentação, estamos sendo coerentes com nosso desejo de submissão ao amor e à vontade de Deus, confiando plenamente em Deus.  Evitar ou não ceder à tentação é exercício de subordinar nossa vontade e nosso desejo à bondade de Deus. Deus não nos permite uma tentação maior que a Graça que nos concede para vencê-la!

Como não temos poder absoluto sobre nossas vidas, estamos à mercê do Mal. O Mal nos atinge sempre de forma imprevista e, por mais que cuidemos e ajamos com prevenção, não podemos evitá-lo de forma absoluta. Assim, precisamos contar om o livramento que vem de Deus. 

“Pois Teu é o Reino, o Poder e a Glória para sempre”.

Terminamos a oração louvando e afirmando o senhorio de Deus, uma forma de manifestar a gratidão pelo Seu Amor.

Uma coisa sempre me chamou a atenção no “Pai Nosso”: é uma oração feita no plural. Quando oramos sozinhos não dizemos “Pai Meu”, nem pedimos “o meu pão de cada dia”, ou “me livre do Mal”! Sempre a recitamos no plural,ou seja, quando estou orando não estou orando apenas por mim, mas estou incluindo outras pessoas! A oração por si mesma é inclusiva e intercessora! Ao orar o Pai Nosso, estou me colocando como parte de Seu Povo, de Sua Igreja, e incluindo todos os irmãos e irmãs nessa oração. Não basta buscar o Reino de Deus, mas também a sua justiça! A justiça do Reino é inclusiva!

Nossa oração pessoal deve ser sempre consciente e coerente; para isso deve ser inspirada no “Pai Nosso”, a oração por excelência, legada a nós pelos discípulos de Jesus que a aprenderam com ele. Não há lugar para petições egoístas, nem há lugar para determinar o que Deus deve fazer. A oração consciente e coerente sempre vai afirmar nossa gratidão pelo Amor de Deus que fala mais alto que nossos desejos e sonhos, é inclusiva e intercessora, e dá testemunho de nossa dependência da vontade soberana de Deus!

Rev. Luiz Caetano, ost + , em Recife.

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04 março 2013

Uma nova chance!

figueira_esteril
O Evangelho de Lucas é conhecido como o Evangelho das Parábolas. De fato, escrevendo para cristãos helenistas, não necessariamente de origem judaica, Lucas transmite o Evangelho através das pequenas estórias que Jesus contava para ilustrar o ensino sobre do Reinado de Deus e a Boa Nova que estava anunciando. Essas pequenas estórias são chamadas de parábolas. Vamos conversar sobre uma delas, a Parábola da Figueira Estéril:
“Então, Jesus proferiu a seguinte parábola: Certo homem tinha uma figueira plantada na sua vinha e, vindo procurar fruto nela, não achou. Pelo que disse ao viticultor: Há três anos venho procurar fruto nesta figueira e não acho; podes cortá-la; para que está ela ainda ocupando inutilmente a terra? Ele, porém, respondeu: Senhor, deixa-a ainda este ano, até que eu escave ao redor dela e lhe ponha estrume. Se vier a dar fruto, bem está; se não, mandarás cortá-la.”  (Lucas 13.6-9; Almeida, R.A.)
Chama atenção que se trata de uma vinha, plantação de uvas, onde havia uma figueira. Porque uma figueira entre as parreiras? talvez estivesse de lado, e sua função seria oferecer os figos! Talvez  por causa dos figos, o dono da vinha concordou em deixar ali a figueira. O fato é que estava ali a figueira, provavelmente há muitos anos, pois sabemos que figueiras vivem por mais de século. Porém, há três anos não oferecia seus frutos. Estava estéril, talvez já bem idosa.

08 fevereiro 2013

Sobre milagres: não basta ler, é preciso compreender!

Os 4 Evangelhos 2Muita gente lê os Quatro Evangelhos (Mateus, Marcos, Lucas e João) como se fossem um registro histórico sobre Jesus, isto é, uma “biografia” de Jesus. Se realmente os Evangelhos fossem uma biografia ou um simples relato histórico sobre Jesus, a Igreja Primitiva, quando estes textos foram escritos, os chamaria de Crônicas e não de Evangelhos. Desde cedo os textos que relatam situações da vida de Jesus foram escritos não visando um registro factual, mas para anunciar uma boa notícia, dai serem chamados Evangelhos, palavra grega que significa Boa Notícia, Boas Novas… Ler os Evangelhos com a preocupação de quem lê uma biografia é perder a perspectiva dos autores, é não perceber as boas novas anunciadas.

E mais, a pessoa fica confusa porque os textos não são coerentes entre si, embora Mateus, Marcos e Lucas sejam bem semelhantes, pois foram escritos praticamente no mesmo contexto histórico e geográfico e na mesma época, 30 a 40 anos após o surgimento das comunidades cristãs (evento de Pentecostes). Porém o Evangelho de João surge após o ano 90, em um contexto muito específico e destinado a uma população bem específica: as comunidades judaico-cristãs dispersas em uma região da Ásia que hoje conhecemos como Turquia, as chamadas comunidades joaninas, que viviam a experiência da perseguição pelo Império Romano e pelas sinagogas judaicas, pois em 90 d.C. o Concílio Rabínico reunido em Jamria (Palestina) decidiu que os cristãos eram anátema e os cristãos não poderiam mais participarem da sinagoga.

As narrativas dos milagres de cura que Jesus realizou , por exemplo, querem dizer muito mais do que um simples fato miraculoso. Hoje em dia, as filosofias de prosperidade e auto-ajuda reduzem as narrativas das curas a um simples ato de magia e curandeirismo; porém Jesus não era um curandeiro, (haviam muitos em seu tempo, e prestavam um serviço relevante às populações pobres – como ainda hoje), nem era um mago; Jesus era chamado de Mestre, era conhecido como um rabino, alguém que explica e interpreta a Lei e os Profetas, bases da fé judaica.

Essa forma barata de compreender os milagres reduzem a Fé em Jesus Cristo a uma simples relação de troca com Deus! e um Deus injusto e cruel, porque não faz milagres para todo mundo! As pessoas, iludidas por uma interpretação simplória e geralmente forçada do texto bíblico, vivem no desespero da busca pelo milagre, fazendo mil sacrifícios e práticas insensatas de religiosidade para “merecer a atenção de Deus”; e se o “milagre” não acontece, sentem culpa porque “não tiveram fé suficiente” ou não ofereceram aquilo que Deus desejava delas (geralmente dízimos, trízimos, promessas, etc.). Assim, a narrativa de um “milagre” de Jesus não traz nenhuma Boa Notícia, apenas falsas esperanças… como quando a gente lê a notícia de que alguém ganhou sozinho a Mega-Sena.

Se a intenção da Igreja Primitiva fosse apenas dizer que Jesus fazia milagres, não precisava narrar os fatos com certos detalhes, bastaria uma lista de curas e milagres, sem dar muita explicação sobre como e onde aconteceram. Exatamente por serem narrativas que querem dizer mais que as palavras escritas – apresentar uma Boa Nova! – é que esses textos devem ser lidos e apreendidos com mais profundidade, conhecendo-se seu contexto, pessoas envolvidas, lugares… tudo isso traz uma mensagem que os cristãos àquela época entendiam muito bem e percebiam realmente a Presença de Deus agindo no Mundo – e não apenas na vida de algumas poucas pessoas merecedoras desse carinho divino; todos podiam perceber e experimentar essa ação carinhosa e poderosa de Deus no mundo e em suas vidas, sem esperar por coisas absolutamente mágicas!

Milagres realmente acontecem! mas não acontecem por si mesmos, nem por exibicionismo de Deus! milagres são sinais e significam muito mais do que o fato em si mesmo. É preciso ver além do fato, é preciso compreender a ação de Deus, permitir que Deus Se revele hoje, como Se revelou aos nossos ancestrais na fé.

Por isso, é muito importante que a comunidade da Igreja se reúna, sempre sob a inspiração do Espírito Santo, também para o Estudo da Palavra de Deus, da Bíblia, além da vivência sacramental comunitária e das reuniões de louvor e de oração. É muito importante a leitura pessoal e devocional da Escritura Sagrada, mas também é importante que a comunidade estude e compreenda em profundidade o texto bíblico, para realmente compreender o que Deus está fazendo e nos dizendo hoje!

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Em nossa comunidade paroquial buscamos estudar a Palavra de Deus através dos Sermões de nossos pastores, nos ofícios comunitários. Mas precisamos de mais! Por isso, em breve estaremos divulgando encontros para estudos da Palavra de Deus, além dos nossos ofícios litúrgicos.

Aguarde!

Rev. Luiz Caetano, ost+

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19 janeiro 2013

Entendendo nossa Catolicidade Episcopaliana (2)

seja igrejaEm artigo anterior com este mesmo título  (veja Entendendo nossa Catolicidade Episcopaliana), expliquei um pouco sobre como a tradição Episcopal Anglicana entende o conceito de Igreja e o que caracteriza nossa identidade, diferenciando-nos de outras tradições cristãs, não menos importantes e reconhecidas. Afirmamos que nossa identidade como parte da Igreja de Cristo se expressa como unidade na diversidade. Isso tem um significado muito importante e fundamental para que se compreenda o ser (ethos) de nossa Igreja.

Unidade na diversidade significa que não somos uma Igreja Confessional! Explicando: a maioria das Igrejas Cristãs são Confessionais, isto é, adotam uma Confissão de Fé comum que as identifica e define sua forma de ser. Tais Igrejas têm um Corpo Doutrinário, algo como um Catecismo, bem definido, que é aceito por todas as pessoas que congregam nessas Igrejas. A maioria das Igrejas Protestantes Históricas, herdeiras da Reforma do século XVI são Igrejas Confessionais. Quando se constituíram cada uma dessas Igrejas adotou uma Confissão de Fé, uma Declaração de Fé que lhe dá unidade e identidade.  Essas Confissões foram definidas em Concílios e Sínodos, e são frutos de consenso que determina o modo de ser da Igreja, o seu “ethos”. Desde a Reforma no século XVI, várias Confissões foram definidas e adotadas por grupos cristãos, e delas derivam muitas das Igrejas Protestantes: a Confissão de Augsburg (1530), a Confissão de Westminster (1634), por exemplo, são as duas mais conhecidas.

Por outro lado, a Igreja Católica Romana também tem seu corpo doutrinário, estabelecido de forma canônica e entendida como Magistério da Igreja, fiel interprete das Escrituras, que se expressa pelos Documentos Papais e da Cúria Vaticana, havendo um Catecismo Oficial para toda a Igreja.

As Igrejas Orientais seguem caminhos diferentes, não foram influenciadas pelas correntes filosóficas que marcaram o Ocidente, mas podemos ver uma certa organização doutrinária na maioria delas; todavia as Igrejas Orientais têm outras características, são profundamente enraizadas nas culturas dos povos onde se estabeleceram e são diferencias por tradições litúrgicas e doutrinárias. De certa forma são Igrejas de Comunhão.

A Igreja da Inglaterra, que é a Igreja de origem da Comunhão Anglicana, teve uma definição confessional a princípio, conhecida como os “39 Artigos de Religião”, que delineiam, digamos assim, sua base doutrinária, tendo adotado a tradição católica do ocidente e do oriente, princípios da Reforma, e incorporou boa parte da tradição da antiga Igreja Celta, que foi quase eliminada com a chegada dos missionários enviados por Roma nos séculos V e VI, finalmente dobrando-se à latinização no século VII (Concilio de Whitby, em 664).

Essa mesma Igreja da Inglaterra acompanhou a expansão do Império Britânico e instalou-se nas colônias e territórios imperiais. Todavia, a Igreja da Inglaterra não se transplantou para as colônias. Fiel ao seu princípio de catolicismo marcado pela Reforma, e o conceito de Igreja Nacional (Igreja de um povo), a Igreja foi se encarnando nas culturas das colônias e assim foram surgindo, a partir dos missionários ingleses, os embriões de Igrejas Nacionais inspiradas no modelo da Igreja da Inglaterra.  Os 39 Artigos foram sendo reinterpretados e na maioria das Igrejas derivadas da Igreja da Inglaterra, foram caindo em desuso, uma vez que a reflexão teológica começa a dialogar com as culturas. Nesse sentido o cristianismo da América Latina seguiu caminho completamente oposto…

A formação da Igreja Episcopal dos Estados Unidos, por exemplo, não foi apenas uma mudança de nome da Igreja Colonial, mas a união e incorporação de várias correntes cristãs que estavam presente no território norte-americano, que se uniram para formar uma Igreja Nacional que adotou o modelo episcopal de governo e acolheu diferentes tradições e confissões dentro de si mesma – unidade na diversidade! É essa Igreja dos Estados Unidos que vem fazer missão no Brasil ao final do século XIX e dá origem à hoje Igreja Episcopal Anglicana do Brasil, que também é fruto da Missão entre os Japoneses (imigrantes, a partir da Igreja do Japão, especialmente nos Estados de São Paulo e Paraná) e das Capelanias Britânicas nos principais portos brasileiros.

Em meados do século XIX a Igreja da Inglaterra, começa a tomar consciência que seu ethos e sua atividade missionária – aliada ou não ao imperialismo britânico – criou uma rede de Igrejas Nacionais com semelhanças entre si, embora diferenciadas pelas culturas: haviam adotado o governo episcopal (e seus bispos estavam na linha sucessória de bispos ingleses), adotavam uma Liturgia fundamentada no livro de Oração Comum e cooperavam entre si. Por seu lado, a Igreja Episcopal dos Estados Unidos já fazia missão em vários países da América Latina e da Ásia, mantendo o mesmo princípio de encarnação cultural. Assim surgiu lentamente o conceito de Comunhão Anglicana.  A base doutrinária dessa Comunhão é mínima, e conhecida como Quadrilátero de Lambeth-Chicago (1886/1888):

a) As Sagradas Escrituras do Antigo e do Novo Testamento como base da Fé confessada pela Igreja, pois contêm tudo que é necessário para a Salvação;

b) A confessionalidade da Comunhão se expressa nos Credos da Igreja Antiga: o Credo Apostólico, o Credo Niceno-Constantinopolitano e também o Credo Atanasiano (quase nunca usado no Brasil);

c) A Comunhão adota os dois sacramentos biblicamente instituídos, a saber, o Batismo e a Eucaristia – os demais são reconhecidos de forma diferenciada nas Igrejas ou mesmo em uma mesma Igreja;

d) O Episcopado Histórico como forma de governo, como garantia da sucessão apostólica e sinal da unidade da Igreja.

Formulada em tal simplicidade, essa base doutrinária permite uma diversidade de interpretações e formas de vivenciar a fé cristã. Não somos uma Igreja monolítica do ponto de vista doutrinário, mas aberta à reflexão permanente e, por isso, muitas vezes os episcopalianos são vistos como vanguarda teológica ou demasiadamente liberais…

Pode-se resumir isso de forma simplista assim: nenhuma devoção, uso ou costume, norma moral (ética sim: fundamenta-se nas Escrituras), padrão litúrgico, modelo de espiritualidade, é obrigatório ou imposto, respeitando-se a prática devocional individual. Por exemplo se você gosta de uma espiritualidade mariana, inspirada na Beatíssima Virgem Maria, viva isso, mas não obrigue os outros a ter a mesma prática.

Por isso, caro leitor, se você visitar várias igrejas de nossa Comunhão, em várias partes do mundo, verá que não há uma uniformidade, mas uma grande diversidade. Essa diversidade ocorre inclusive dentro de uma mesma diocese. Algumas comunidades terão a aparência de uma Igreja Romana anterior ao Vaticano II, ou uma Igreja Oriental: você verá imagens, quadros, muitas velas acesas, a liturgia é realizada com sofisticado cerimonial e o clero paramentado de forma solene; outras comunidades parecerão uma Igreja Evangélica: um discreto altar, sem velas, a decoração do templo no máximo admite um cruz, o cerimonial é bem simples (embora usa-se o mesmo Livro de Oração Comum), há uma ênfase maior na pregação e na piedade pessoal; você ainda encontrará comunidades onde a liturgia é dançada (na África especialmente), os cânticos são modernos e em ritmo popular; outras ainda misturam tudo isso em sua prática comunitária… enfim, ouso dizer que não há duas comunidades anglicanas idênticas em todo o mundo! Todavia, estão em comunhão no Senhorio de Jesus Cristo,  em unidade na diversidade, sendo o símbolo dessa unidade o Quadrilátero de Lambeth Chicago. 

Pode ser atrevimento de minha parte, uma certa euforia, mas eu sinto que somos muito parecidos com a Igreja Primitiva, antes da cristandade ser estabelecida quando o cristianismo se torna religião oficial e estatal do Império Romano do Ocidente  no século IV.

Ser uma Igreja de Comunhão não é simples: não somos unidos porque aceitamos essa ou aquela doutrina, esse ou aquele princípio de usos e costumes, porque rezamos de uma forma ou de outra… somos unidos porque reconhecemos que fazemos parte de uma mesma comunidade de fé, diversa em sua forma de ser, mas centrada em Jesus Cristo, nosso Senhor.

Assim, ninguém se torna verdadeiramente anglicano ou episcopaliano porque adotou uma forma específica de confessar a fé; tornar-se episcopaliano é um exercício contínuo e um desafio, porque você terá de conviver com os diferentes em Comunhão, e terá de aprender a reconhecer a sua Igreja nas suas diversas maneiras de ser, conforme a prática e a história de cada comunidade. 

No 1º Centenário da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil (1989) adotou-se o lema “Igreja a gente vive!”; isso se opõe ao “Igreja a gente segue!”, e também ao “Igreja do Pastor Fulano!”.

Meu irmão de Ordem, companheiro de ministério e um dos meus confessores, Rev. Onofre Machado Ramos ost+, falecido ano passado, dizia: “Igreja a gente vive com paixão!”. Isso é ser parte de uma Igreja de Comunhão: uma relação sempre de desafio na aceitação do outro, em nome de Jesus Cristo, e de companheirismo solidário.

Rev. Luiz Caetano, ost+

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