Os artigos deste blogue expressam o pensamento de seus autores, e não refletem necessariamente o pensamento unânime absoluto da comunidade paroquial. Tal unanimidade seria resultado de um dogmatismo restrito e isso contraria o ethos episcopal anglicano. O objetivo deste blogue é fornecer subsídios para a reflexão e não doutrinação. Se você deseja enviar um artigo para publicação, entre em contato conosco e envie seu texto, para análise e decisão sobre a publicação. Artigos recebidos não serão necessariamente publicados.

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16 janeiro 2011

O Espaço Sagrado: nosso templo.

O templo cristão, e em especial em nossa tradição, costuma ser dividido em três espaços: a Nave, o Presbitério e o Santuário.

A Nave é o maior espaço do templo, nela estão os bancos da congregação, onde nos reunimos como comunidade para os ofícios e onde cada pessoa pode estar a qualquer momento em oração ou devoção pessoal.
O Presbitério é o espaço do clero, dos ministros e dos oficiantes, está à frente da Nave e ali estão as estalas (assentos dos ministros). Também no Presbitério ficam o Púlpito e o Atril (ou estante bíblica). Este espaço deve ser respeitado e evite-se transitar por ele, mesmo quando não estejam acontecendo ofícios.
O Santuário é o espaço mais importante do templo. Ali está o Altar Principal, também chamado Altar-Mor, que representa o Trono de Deus e para onde todos os olhares se voltam quando se entra no templo. Em nosso Altar-Mor está o Sacramento Reservado, por isso há uma vela votiva permanentemente acesa.

Esta é uma descrição básica da maioria dos templos da tradição episcopal-anglicana. Nos templos mais modernos, o Presbitério e o Santuário estão unidos em um único espaço.

Alguns templos, como o nosso, têm capelas laterais ao Presbitério, e em grandes templos há capelas laterais à Nave, espaços reservados para devoções particulares. Em nosso templo, de um lado do Presbitério está a Capela da Música e do outro lado teremos em breve a Capela dos Companheiros do Apóstolo São Paulo (São Lucas Evangelista, São Timóteo e São Tito, e Santa Tecla)
À esquerda da entrada do nosso Templo há a Capela do Batistério, dedicada à Santa Maria, Teotókos (Mãe de Deus); sobre a Pia Batismal, o ícone da SS. Trindade, em nome de quem batizamos. À direita teremos em breve o Espaço da Diversidade Humana, dedicado à Paz e à Cooperação entre as diferentes tradições e costumes da humanidade.

Na divisa entre a Nave e o Presbitério, em nosso templo, estão às bandeiras do Brasil e da Igreja Episcopal Anglicana. Atrás do Púlpito, o brasão heráldico da nossa Paróquia.

Velas acesas, culto iniciado!
clip_image002Na Tradição herdada por nossa Igreja os ofícios litúrgicos, sejam quais forem, começam quando as velas do Altar são acesas, mesmo que os ministros oficiantes ainda não estejam no presbitério ou no santuário. Ao acenderem-se as velas do Altar Principal (e da Mesa da Comunhão nas celebrações eucarísticas), inicia-se o culto da Comunidade.

O intervalo de tempo entre o acender das velas e a entrada dos ministros oficiantes serve para cada pessoa silenciar seu coração e sua mente, preparando-se para o louvor e a oração. Momento de devoção pessoal e íntimo, de colocar-se diante do Senhor, como parte da Igreja que se reúne em oração para ser nutrida pela Palavra de Deus e pelos Sacramentos.

O Templo fica em silêncio, algumas vezes ouve-se uma música que chamamos de Prelúdio. Quando os Oficiantes entram no Templo, a congregação se coloca em pé para recebê-los; quando anunciado o primeiro Hino, a congregação louva o Senhor!

Da mesma forma, o culto só termina quando as velas são apagadas. Aproveite esses minutos finais, antes de apagarem-se as velas, para sua oração pessoal de gratidão. Não tenha pressa em sair do templo! Aproveite mais um pouco da quietude e da música antes de retornar ao cotidiano.

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Mordomia Cristã

Mordomia é “cuidar da casa”! Mordomo é alguém a quem entregamos o cuidado da nossa casa. Após a Criação, Deus entregou tudo ao ser humano que, assim, se tornou Mordomo da Criação! Por isso, como cristãos, nos sentimos responsáveis pelo cuidado da Natureza e pela preservação da Vida em todas as suas manifestações.
Em certo sentido, enquanto comunidade, somos chamados a ser mordomos uns aos outros, ou seja, o bem estar de cada um de nós é responsabilidade de todos nós! Por isso, somos chamados a exercer a solidariedade, a partilhar nossos dons (dádivas de Deus), servindo uns aos outros da mesma forma como Deus foi solidário conosco enviando seu próprio Filho para servir como nosso Redentor!
Como cristãos somos chamados a exercer também a mordomia para com a Igreja. A Igreja, comunidade dos filhos e filhas de Deus em Cristo pelo Batismo, enviada por Cristo para anunciar o Evangelho, existe e atua no mundo, organizada como uma instituição e, portanto, precisa ser mantida e sustentada.
Como podemos fazer isso?
A Manutenção e o Sustento da Igreja
Todos os membros da Igreja, especialmente aqueles que reafirmaram sua fé na Confirmação (Crisma) ou que foram recebidos à Comunhão da Igreja, são responsáveis pela manutenção e sustento da Igreja. Há várias maneiras de colaborar e todos nós somos chamados para isso.
Contribuição Regular
Veja bem: Deus não necessita de um Templo, nem de um salão paroquial, nem de pastores; Deus não precisa de nada disso. Mas nós necessitamos de um espaço sagrado, de um espaço para o convívio fraterno, de pastores e pastoras que nos sirvam como ministros e orientadores espirituais. Isso faz parte de nossa identidade denominacional, e nos localiza no tempo e no espaço enquanto comunidade confessante! Para manter tudo isso, cada membro da Igreja dá sua Contribuição Regular, um valor mensal que se destina exclusivamente para a manutenção da Igreja e o sustento do ministério e da Missão. Cada família, ou cada pessoa decide qual o valor que dará como Contribuição Regular, mensalmente ou conforme a sazonalidade que julgar conveniente à sua realidade. Esse valor será colocado em um envelope especial para o registro da contribuição, que será posto na salva por ocasião da Coleta nos ofícios, ou entregue diretamente ao Tesoureiro Paroquial. Você pode obter o envelope diretamente com o Tesoureiro ou qualquer membro da nossa Junta Paroquial (membros eleitos pela congregação para administrarem a Paróquia com o Pároco, com mandatos determinados). A Contribuição Regular informada é base para a gestão orçamentária da Paróquia. Converse com o Tesoureiro!
Ofertas durante os Ofícios
É importante que você saiba que as ofertas dadas por ocasião dos ofícios (coleta) não se destinam à manutenção da Paróquia exclusivamente. As coletas dos ofícios destinam-se às ações específicas da Comunidade: Diaconia (serviço e ação social), apoio a algum projeto diocesano ou nacional, instituições de caridade da Igreja ou de outras denominações, campanhas especiais, etc. A cada ofício anunciaremos a finalidade da coleta e o destino das ofertas recebidas. Oferta não substitui a Contribuição Regular!
Ofertas Especiais
É costume entre os episcopais anglicanos, em ocasiões especiais, dar-se uma oferta em ação de graças. Por exemplo, no Natal e na Páscoa, aniversário, formatura, matrimônio, etc. Nossa Paróquia não cobra pelos serviços religiosos prestados aos membros da comunidade (batizado, casamento, sepultamento, etc.).
Exerça seu ministério de serviço à Comunidade
Além da contribuição financeira, o membro da Igreja deve oferecer algum dom e um pouco do seu tempo para servir à comunidade. Por exemplo, você pode auxiliar na Liturgia, ser membro da Junta Paroquial, cuidar dos objetos do culto e da decoração do Altar, ajudar o Pároco na Educação Cristã da comunidade, prestar algum serviço na sua área profissional ou de conhecimento (por exemplo, música, saúde, contabilidade, manutenção de equipamentos ou do prédio, limpeza do templo, do jardim, etc). Há muitas oportunidades! Fale com o Pároco!

06 janeiro 2011

Caminhar Juntos: Ênfases da Ação Pastoral

Ao assumir a Paróquia no dia 19 de dezembro passado – quarto domingo do Advento – o Rev. Luiz Caetano apresentou as bases da ação pastoral que será desenvolvida nos próximos anos.
O Programa de Ação Pastoral apresenta três eixos de movimento (ênfases), que são os seguintes:

Acolhida e Consolação: movimento para dentro
O espaço sagrado como serviço para todas as pessoas; o respeito, o diálogo e a cooperação com os diferentes; a acolhida em espírito de misericórdia e fraternidade; a permanente construção da vida em comunidade.
Sacramentalidade e Vida Interior: movimento interno
Formação e amadurecimento na Fé e no compromisso do Discipulado; grupos de adoração, oração e intercessão; avivamento litúrgico compreendendo a herança recebida e a nossa identidade; equipe de liturgia e música; retiro e direção espiritual; a vivência do Evangelho no cotidiano.
Serviço e Solidariedade: movimento para fora
A solidariedade como expressão do amor divino; diaconia e serviço social; ética e cidadania; cultura de paz e não-violência; meio ambiente e defesa da vida.


Um plano semelhante será seguido também pela Paróquia São Lucas, em Botafogo, sob a liderança pastoral do Rev. Eduardo Coelho Grillo. Os dois párocos pretendem criar momentos de maior integração entre as duas comunidades, através de encontros de estudo, oração e convívio fraterno que serão realizados ora em uma ora em outra paróquia. A idéia é reforçar os laços internos na Diocese, que – na concepção episcopal-anglicana – é a Igreja Local. Espera-se que aos poucos as demais paróquias diocesanas comecem a atuar de maneira planificada e em conjunto. Não somos congregações isoladas!

O modelo congregacional (de inspiração calvinista) é uma das formas de identidade e ação das diversas denominações protestantes e evangélicas; tem seu valor e sua riqueza.
Mas nossa Igreja é episcopal, e por isso temos um conceito diferente de congregação: “uma comunidade interligada às outras em uma única Igreja (a Diocese)”.
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EPIFANIA: CRISTO REVELADO AO MUNDO!

O Evangelho de São Mateus não fala em Reis Magos, mas fala em Magos que vieram do Oriente. Homens de outras culturas, diferentes da cultura judaica, a cultura em que Jesus nasceu. Reconheceram o sinal da Presença do Cristo no mundo, e vieram colocar-se diante dele. Herodes, rei dos judeus, não havia percebido o sinal; tampouco se mostrou disposto a aceitá-Lo. Pagãos, estranhos ao Pacto da Lei de Moisés, estes não só reconheceram o sinal da Presença, como aceitaram essa Presença e vieram colocar-se diante d’Aquele que estava manifesto em um Menino.
A Igreja celebra, na Festa da Epifania, e no tempo litúrgico que segue até a Quaresma, a manifestação de Deus em Jesus Cristo ao mundo, ao mundo inteiro! O Cristo é presente de Deus para toda a humanidade, não só a uma cultura específica.
A narrativa sobre os Magos do Oriente coloca para cada um de nós, cristãos e cristãs, duas questões importantes:
a) De fato, você reconhece os sinais da Presença de Deus em sua vida, ou você é como Herodes?
b) Você compreende que o Cristo de Deus não é propriedade da Igreja, mas dom de Deus para toda a humanidade, ou você é daquelas pessoas que se julga o único abençoado, e rejeita totalmente os diferentes de você?
Somos chamados a reconhecer e discernir Deus, no Mistério do Cristo Revelado, agindo e atuando através de outras pessoas, diferentes de nós, com outras visões de mundo. Pense nisso!
                                                               Rev. Luiz Caetano, ost+  Vosso Pároco
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