Os artigos deste blogue expressam o pensamento de seus autores, e não refletem necessariamente o pensamento unânime absoluto da comunidade paroquial. Tal unanimidade seria resultado de um dogmatismo restrito e isso contraria o ethos episcopal anglicano. O objetivo deste blogue é fornecer subsídios para a reflexão e não doutrinação. Se você deseja enviar um artigo para publicação, entre em contato conosco e envie seu texto, para análise e decisão sobre a publicação. Artigos recebidos não serão necessariamente publicados.

Pesquisar este blog

10 maio 2013

Mordomia Cristã: nossa responsabilidade

Mordomia Cristã 2Mordomia é “cuidar da casa”! Mordomo é alguém a quem entregamos o cuidado da nossa casa. Após a Criação, Deus entregou tudo ao ser humano que, assim, se tornou Mordomo da Criação! Por isso, como cristãos, nos sentimos responsáveis pelo cuidado da Natureza e pela preservação da Vida em todas as suas manifestações.

Em certo sentido, enquanto comunidade, somos chamados a ser mordomos uns aos outros, ou seja, o bem estar de cada um de nós é responsabilidade de todos nós! Por isso, somos chamados a exercer a solidariedade, a partilhar nossos dons (dádivas de Deus), servindo uns aos outros da mesma forma como Deus foi solidário conosco enviando seu próprio Filho para servir como nosso Redentor!

Como cristãos somos chamados a exercer também a mordomia para com a Igreja. A Igreja, comunidade dos filhos e filhas de Deus em Cristo pelo Batismo, enviada por Cristo para anunciar o Evangelho, existe e atua no mundo, organizada como uma instituição e, portanto, precisa ser mantida e sustentada.

Como podemos fazer isso? De várias maneiras; hoje vamos ver uma delas:

A Manutenção e o Sustento da Igreja

Todos os membros da Igreja, especialmente aqueles que reafirmaram sua fé na Confirmação (Crisma) ou que foram recebidos à Comunhão da Igreja, são responsáveis pela manutenção e sustento da Igreja. Há várias maneiras de colaborar e todos nós somos chamados para isso.

a) Contribuição Regular: Veja bem: Deus não necessita de um Templo, nem de um salão paroquial, nem de pastores; Deus não precisa de nada disso. Mas nós necessitamos de um espaço sagrado, de um espaço para o convívio fraterno, de pastores e pastoras que nos sirvam como ministros e orientadores espirituais; gostamos de boa música nas celebrações, gostamos de ver o templo limpo, arrumado e decorado conforme nosso costume. Isso faz parte de nossa identidade denominacional, e nos localiza no tempo e no espaço enquanto comunidade confessante! Para manter tudo isso, cada membro da Igreja dá sua Contribuição Regular, um valor mensal que se destina exclusivamente para a manutenção da Igreja e o sustento do ministério e da Missão. Cada família, ou cada pessoa decide qual o valor que dará como Contribuição Regular, mensalmente ou conforme a sazonalidade que julgar conveniente à sua realidade. Esse valor será colocado em um envelope especial para o registro da contribuição, que será posto na salva por ocasião da Coleta nos ofícios, ou entregue diretamente ao Tesoureiro Paroquial. Você pode obter o envelope diretamente com o Tesoureiro ou qualquer membro da nossa Junta Paroquial (membros eleitos pela congregação para administrarem a Paróquia com o Pároco, com mandatos determinados). A Contribuição Regular informada é base para a gestão orçamentária da Paróquia. Converse com o Tesoureiro!

b) Ofertas durante os Ofícios: É importante que você saiba que as ofertas dadas por ocasião dos ofícios (coleta) não se destinam à manutenção da Paróquia exclusivamente. As coletas dos ofícios destinam-se às ações específicas da Comunidade: Diaconia (serviço e ação social), apoio a algum projeto diocesano ou nacional, instituições de caridade da Igreja ou de outras denominações, campanhas especiais, etc. A cada ofício anunciaremos a finalidade da coleta e o destino das ofertas recebidas. Oferta não substitui a Contribuição Regular!

c) Ofertas Especiais: É costume entre os episcopais anglicanos, em ocasiões especiais, dar-se uma oferta em ação de graças. Por exemplo, no Natal e na Páscoa, aniversário, formatura, matrimônio, etc. Nossa Paróquia não cobra pelos serviços religiosos prestados aos membros da comunidade (batizado, casamento, sepultamento, etc.); no caso de casamentos de pessoas não membros da comunidade,  a Junta Paroquial estabeleceu um valor que é destinado para o fundo de manutenção e conservação do templo. Quando recebido, esse valor é registrado como Oferta Especial em nossa Tesouraria e na Contabilidade.

d) Exerça seu ministério de serviço à Comunidade: Além da contribuição financeira, o membro da Igreja deve oferecer algum dom e um pouco do seu tempo para servir à comunidade. Por exemplo, você pode auxiliar na Liturgia, ser membro da Junta Paroquial, cuidar dos objetos do culto e da decoração do Altar, ajudar o Pároco na Educação Cristã da comunidade, prestar algum serviço na sua área profissional ou de conhecimento (por exemplo, música, saúde, contabilidade, manutenção de equipamentos ou do prédio, decoração do templo, do jardim, etc.). Há muitas oportunidades! Fale com os Pastores da Comunidade!

Este não é um artigo para pedir dinheiro para a Igreja. Nossa Paróquia, e a nossa Tradição não negocia com a Graça, nem faz barganhas com serviços religiosos. Ninguém deixa de receber os sacramentos, nem de participar das atividades da Igreja porque não é contribuinte.  Nossa Tesouraria publica, mensalmente,  no mural da Igreja todo o movimento financeiro da Paróquia.

Intencionalmente, não coloquei referências bíblicas sobre o assunto, embora a Sagrada Escritura, em diferentes textos, trate do tema; preferi abordar a Mordomia Cristã enquanto conceito ético e não obrigação religiosa.  A contribuição financeira para a Igreja é um sinal de compromisso e pertença real, movida pela vontade solidária de cada um. Cabe a você decidir se você é realmente parte da Igreja ou apenas se considera alguém consumidor de religião que dá uma esmolinha ou uma ajuda vez em quando…

Rev. Luiz Caetano, ost+

===/===