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08 março 2012

Cuidando da Casa da Comunidade, nosso templo!

(publicado originalmente em Pirilampos e Pintassilgos, em  25 de abril de 2011; adaptado)
celtas_thumb[8]Os celtas antigos não construíam templos; para eles, nenhuma construção humana pode conter o Divino, a não ser o próprio templo que a Divindade construiu para si mesma, ou seja, a Natureza. Assim, a religião da Antiga Tradição realizava todos os seus ritos a céu aberto. Em se tratando de uma religião da natureza, isso é bastante lógico e óbvio.
Mas os cristãos, desde muito cedo, celtas ou não celtas, constroem sua igrejas, templos onde a Divindade não habita exclusivamente, mas que se torna um espaço separado – sagrado – onde a comunidade se reúne para o louvor e a adoração. Para os cristãos, a Divindade caminha conosco na História; assim é o Deus que se revela na Bíblia. É a comunidade, não a Divindade, que necessita do templo para viver melhor sua experiência existencial com o Divino. Assim, no decorrer da História, a Igreja do Oriente e do Ocidente construiu templos das mais variadas formas, dos mais variados estilos, desde as muito simples capelas e ermidas até as grandes catedrais góticas. Todas elas como espaços de oração, vivência comunitária e descanso,  em testemunho do amor e da glória de Deus.
DSC00972O templo da São Paulo Apóstolo é uma obra de arte arquitetônica e um dos mais belos templos da Igreja Episcopal no Brasil, um templo construído entre os anos 20 e 30 do século passado, quando as técnicas de engenharia não contavam ainda com o concreto armado, tijolos refratários, tubulações seguras para a eletricidade, a água e os esgotos, cuja ventilação é totalmente dependente do desenho, ou seja, um prédio de manutenção complicadíssima e muito cara!
DSC00955E isso agravado pelo fato que, por mais de 30 anos, por diferentes razões, o edifício não recebeu manutenção adequada e ainda por cima sofreu, há alguns anos, a ação de um raio em forte temporal, estando com sérios problemas estéticos e funcionais, necessitando de restauração geral cujo orçamento está muito além dos recursos da comunidade ou mesmo da Diocese. Por isso, estamos cuidando de conseguir o tombamento do edifício, não só pelo seu valor histórico em Santa Teresa mas também como garantia de manutenção patrocinada permanente.
Uma questão se coloca na consciência de qualquer cristão: é realmente importante a preservação e a conservação deste templo? vale a pena buscar recursos de monta para isso diante de tantas urgências que se colocam para a Igreja?
Como comunidade paroquial afirmamos que a manutenção deste templo, sua restauração e conservação é – também – uma urgência para a Igreja. São vários os motivos que justificam tal postura ética.
Em primeiro lugar, a comunidade necessita do espaço sagrado para sua vida de adoração, estudo e convívio. Claro que para isso bastaria um espaço simples e barato, mas nós recebemos este templo como herança dos ancestrais da comunidade, as gerações que antes de nós e sob a mesma identidade (Igreja de São Paulo Apóstolo) construíram e partilharam esse templo em sua caminhada na história.  Honrar essa memória e essa história é uma responsabilidade que a comunidade de hoje tem e a de amanhã terá de assumir, bem como toda a comunidade maior da Igreja (Diocese e Igreja nacional).
INTERIOR DO TEMPLO PEQEm segundo lugar, o templo da São Paulo Apóstolo é parte da história de Santa Teresa, parte de sua herança arquitetônica, e um dos mais belos edifícios religiosos do Rio de Janeiro pela sua simplicidade e ao mesmo tempo grandiosidade! (características do estilo gótico: simplicidade decorativa, iluminação e grandiosidade estética). Além de ser uma referência turística, o templo e o complexo paroquial têm servido como espaço de serviço e acolhimento de muitas iniciativas da população do bairro. A comunidade, de formação ecumênica, abre o seu espaço sagrado para outras atividades, especialmente culturais e artísticas e até mesmo como local de repouso e acolhida, como testemunho do amor de Deus por todas as pessoas, o Deus que não exclui mas que busca ser presença e companheiro de cada ser humano.
Em terceiro lugar, é dever da comunidade preservar o seu patrimônio, patrimônio da Igreja Diocesana, construído com as ofertas generosas recebidas de seus membros e irmãos e irmãs de outras comunidades pelo mundo.
Com a graça de Deus temos conseguido, como comunidade paroquial e diocesana,  com a ajuda de muitos amigos e amigas, enfrentar o desafio e preservar com gratidão o legado que recebemos dos pioneiros que deram início à Missão de São Paulo Apóstolo no morro de Santa Teresa em 1917, e das seguidas gerações que mantiveram este templo aberto a serviço de Deus e acolhendo todas as pessoas.
Nosso sonho é ter nosso templo totalmente restaurado em 2017, ano do centenário da comunidade! Se você deseja contribuir com essa causa, entre em contato conosco!
Rev. Luiz Caetano, ost+
Note bem: Nossa administração é plenamente transparente! O relatório mensal da Tesouraria está sempre disponível no mural interno de templo, e em breve estaremos divulgando o mesmo na Rede Mundial, de forma a permitir o acesso publico às nossas informações financeiras. A Paróquia é administrada pela Junta Paroquial, composta por membros plenos da Igreja, eleitos em Assembleia Paroquial, de acordo com a ordenação canônica da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil e da Diocese Anglicana do Rio de Janeiro, que supervisiona a administração paroquial. Não cobramos serviços religiosos, e a Paróquia é mantida pela Contribuição Regular de seus membros, ofertas especiais recebidas de pessoas e instituições do Brasil e do mundo, além da importante subvenção da Diocese, para quem também damos modesta contribuição como Quota Diocesana, formando o recurso que é distribuído em bens e serviços para todas as comunidades. Parte significativa das coletas nos ofícios religiosos regulares é destinada a entidades de serviço social com quem temos parceria e outros projetos sociais comunitários. Os proventos do Pároco são garantidos pela Diocese (somos subvencionados); nosso Coadjutor presta seu serviço voluntariamente, recebendo apenas uma ajuda de custo para transporte. Todas as despesas da casa paroquial são patrocinadas pelo próprio pároco, por opção do mesmo. Tudo que temos e fazemos, é pela graça de Deus e a solidariedade que anima o povo cristão (Igreja) de todo o mundo.
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Um comentário:

Liziane Caminho disse...

Espero que essa consciência se espalhe pela comunidade e pela Igreja. No que eu puder, contem comigo.

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