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19 novembro 2016

Que Rei é este?

Jesus na Cruz 2As Igrejas de tradição Anglicana, bem como a Igreja Romana e, em alguns lugares, várias outras denominações cristãs protestantes, incluindo os luteranos, alguns presbiterianos e metodistas, celebram, em honra de Cristo, a Festa de Cristo Rei, ou como diz no nosso Livro de Oração Comum, a Festa de Jesus Cristo, Rei do universo, no último domingo do ano litúrgico, antes que o novo ano comece com o primeiro domingo do Advento.
O belo poema de Paulo, na carta aos Filipenses, descreve muito bem a maneira de como o Senhor manifesta o Seu Poder e nos dá pistas para entender o Seu Reinado:
   “Ele tinha a natureza de Deus, mas não se impôs como igual a Deus. Pelo contrário, ele abriu mão de tudo o que era seu e tomou a natureza de servo, tornando-se assim igual aos seres humanos. E, vivendo a vida comum de um ser humano, ele foi humilde e obedeceu a Deus até a morte — morte de cruz.Por isso Deus deu a Jesus a mais alta honra e pôs nele o nome que é o mais importante de todos os nomes, para que, em homenagem ao nome de Jesus, todas as criaturas no céu,na terra e no mundo dos mortos, caiam de joelhos e declarem abertamente que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus, o Pai”. (Filipenses 2. 6-11)
Diante da majestade de Deus, manifesta em Jesus, o Cristo, todos os seres da Criação se inclinam, não por imposição do poder, mas pelo reconhecimento da Graçam, para confessarem o Senhorio de Cristo, “à direita do Pai” (isto é, com o poder do Pai!).
Cristo não reina de acordo com categorias humanas; o seu reinado não é deste mundo, mas é sobre este mundo!
E no que consiste esse Reinado de Cristo sobre os povos? O Reinado de Cristo se manifesta sob a forma de serviço. Não subjuga a humanidade debaixo de Sua coroa,  não usa Sua Autoridade e Seu Poder em benefício de sí mesmo, antes se oferece a todas as pessoas, mesmo àquelas que não o aceitam. O Reinado de Cristo se manifesta na Cruz! Ele reina do alto da Cruz. O Reinado Social de Cristo consiste, dessa maneira, na atitude do Crucificado: dar-se inteiramente; se manifesta através do Perdão e da Misericórdia, da Justiça e não da vingança, da Graça e não da repressão!
Nos tempos de hoje, o poder tem se tornado cada vez mais usurpação e corrupção. A tentação de sempre, que desde de Adão e Eva, se manifesta no coração humano: “o querer ser igual a Deus”, tentação esta que se torna enganosa, pois o uso pretencioso do poder desnuda o ser humano, mostra realmente que ele é! (cf. Gênesis 3.1-7).
Não me refiro apenas à política, “aos poderosos”, mas essa situação é inerente a todos nós! “Eu sou quem paga a conta!”; “eu sou o chefe aqui!”; “eu sou o dono da bola!”; “eu sou o dono!”… cada um de nós tem seus momentos íntimos de sentir-se igual a Deus!
Obviamente, temos autoridade em nossos diferentes contextos: a autoridade de pais e mães, a autoridade da docência, a autoridade da gestão e da direção; essas autoridades devem ser respeitadas e obedecidas. 
O problema não é ter autoridade, mas a forma como essa autoridade é exercida! a forma como pronunciamos e entendemos o “eu sou”! Lembremos que o nome de Deus revelado a Moisés é “Eu Sou” (cf. Êxodo 3.13-14) !!! O “eu sou” deve estar subordinado ao Eu Sou, único e inefável, Senhor dos Senhores, manifesto em Jesus, o Cristo, Seu Filho Amado, que vive e reina com o Pai e o Espirito Santo hoje e sempre!
Rev. Luiz Caetano, ost+
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