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08 agosto 2011

Renova, Senhor, a tua Igreja …

OrandoRenova, Senhor, a tua Igreja, começando por mim!”; a frase é conhecida nos devocionais ecumênicos como Oração dos Cristãos Chineses. Não sabemos exatamente sua origem, mas isso agora não importa.

Essas palavras foram escolhidas pelo nosso Bispo Diocesano como Lema do 70º Concílio da Diocese Anglicana do Rio de Janeiro, que acontecerá em Araras, município de Petrópolis, ao final deste mês de agosto.

Mais que uma transformação, esse brado clama por uma renovação da Igreja, um nascer de novo!  O nosso Bispo, portanto, ao apresentar este lema conciliar, pretende que o Concílio promova o novo nascimento da nossa Diocese.

Uma Diocese, na concepção eclesiológica da nossa Tradição, é a Igreja Local de uma região geográfica, formada por comunidades interdependentes, que são denominadas Paróquias, Missões e pontos Missionários. Além disso, uma Diocese é um corpo de pessoas, clérigos e leigos, reunidas em torno de seu Bispo (ou Bispos, quando há Sufragâneos, Coadjutores ou Auxiliares) que formam a Igreja em expressão total de sua catolicidade, caminhando com o Espírito Santo em Missão, anunciando e testemunhando diante do mundo o Senhorio de Jesus Cristo, o Reinado de Deus.

Renovar, portanto, é tornar isso novo, ou seja, retornar ao princípio fundante de toda e qualquer diocese, dentro de nossa concepção eclesiológica. É sempre bom sermos chamados a ‘re-novar’  nossa identidade como diocese, de tempos em tempos. Acabamos nos acostumando a pensar a Diocese como uma estrutura institucional, e a reduzimos a isso com o passar do tempo, e perdemos o real significado que dá sentido a tal organização institucional.

Uma diocese não é uma federação ou confederação de paróquias ou comunidades que formam a Igreja. Na verdade, a Diocese é a expressão da Igreja, é a Igreja! as comunidades são sinais da presença da Igreja nos lugares onde estão. Portanto, Paróquias, Missões e Pontos Missionários, não são entidades autônomas, independentes, isoladas, mas interdependentes e devem praticar, acima de tudo a solidariedade e o suporte mútuo na caminhada da Missão (cf. Efésios 4.1-6, onde o verbo “suportar” aparece no grego com o significado de “base de apoio”, e não com o sentido de “aturar”, como julgam algumas pessoas intolerantes).

Somos uma Igreja Episcopal, não somos congregacionais. Isso é fator da nossa identidade e da herança que recebemos de nossos ancestrais na Tradição Anglicana e Episcopal. Na Igreja Cristã existem outros modelos eclesiológicos que são congregacionais, como há os modelos sinodais. Todos esses modelos são expressões da Igreja Una, Santa, Católica e Apostólica de Cristo. Nós, episcopais anglicanos, somos uma pequena parte dessa Igreja de Cristo, e seguimos o modelo episcopal, que não é melhor nem pior que outros, mas é um dos pilares de nossa identidade.

O Concílio Diocesano é, portanto, o momento ímpar em que a Diocese está reunida para oração, estudo, reflexão e planejando sua vida para o futuro. Não deixa de ser um evento político; é fundamentalmente, um evento eclesial – por isso é político! Todo o clero e os delegados das comunidades estarão reunidos com o Bispo em oração, solidariedade, mansidão, com o coração e a mente abertos para permitir que o Espírito Santo nos torne novas criaturas em Cristo, re-novando-nos, começando em cada um de nós, e se estendendo pelas comunidades que dão corpo à nossa Igreja Diocesana.

Oremos para que o Senhor da Igreja presida o Concílio e nos prepare em espírito e verdade para esse momento.
Rev. Luiz Caetano, ost+
Rev. Daniel, ost (diac)
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PS.: data do Concílio: 26 a 28 de agosto; retiro do clero: 25 e 26 de agosto
Os delegados da nossa Paróquia serão Lídia e Alberto Correia, cf. decisão da Junta Paroquial.
No Domingo Conciliar, 28 de agosto, o Culto Paroquial será dirigido pelo Fr. Fabiano - Oração Matutina.
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2 comentários:

Herman Gustavo disse...

Que o vosso Concílio seja ricamente abençoado! Que o Senhor da Igreja a renove com a sua Graça!

Daniella Schiller disse...

Espero em Deus que o Concílio da Diocese tenha sido um momento de revisão e renovação da Igreja Diocesana. Muita saudade da nossa maneira anglicana de viver a fé... isso me faz falta aqui na Europa central!

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