A Ressurreição de Jesus é um dos eixos do Kerigma (pregação) cristão, assim como Sua Encarnação, Paixão e Morte. Este era o núcleo central da pregação da Igreja dos Apóstolos, homens e mulheres que foram testemunhas do Cristo Ressuscitado, que O viram e conviveram com ele após a ressurreição.
A Fé da Igreja, que recebemos desde sempre, é fundamentada neste testemunho. Segundo o Evangelho de São João, Maria Magdalena foi a primeira pessoa que conversou com o Ressuscitado, e foi quem levou a boa notícia aos demais membros do grupo íntimo de discípulos e discípulas de Jesus. Assim como o Apóstolo André levou a boa notícia ao seu irmão Simão Pedro que havia encontrado o Messias, Maria Magdalena é a portadora da grande notícia da Ressurreição. E, a partir de Magdalena, a Igreja vem dando o mesmo testemunho até os dias de hoje, na esperança que as pessoas de todo o mundo, de todas as culturas, possam encontrar-se com o Ressuscitado e descobrir outras dimensões da vida, a Vida em Plenitude e abundância.
Nos domingos que se seguem à Pascoa, até o Pentecostes, o lecionário litúrgico apresenta perícopes (partes) do Evangelho onde se narram os diversos encontros com o Ressuscitado. Nestas semanas que determinam o Tempo Pascal, em nossa paróquia estaremos meditando e estudando esses encontros e buscando – cada um de nós – novos encontros com o Cristo Vivo e renovando nosso compromisso com a Missão.
Não só encontrar o Cristo, mas também testemunhar Sua ação em nossa vida e no mundo! afinal, essa é a grande Missão da Igreja, missão de cada cristão e cristã: testemunhar a Boa Nova de Deus em Cristo.
Em nossos dias, afirmar que Jesus Cristo Ressuscitou é assumir uma postura diante do mundo que seja sinal da ação de Deus na vida de cada um de nós, uma postura ética de solidariedade, defesa da Justiça e construção da Paz. Portanto, não é um “falar vazio”, mas um conteúdo de vivência que deve motivar as pessoas a mudarem seu rumo (con-versão), mudarem seu prumo, encontrar um novo eixo de orientação na vida pessoal e social.
No tempo da Quaresma fomos desafiados a “não dizer não a Deus”, a refletir em cada ação se estamos agindo da forma que o Senhor agiria. O tempo Pascal, agora, vai nos desafiar mais ainda, a testemunhar com palavras e ações a ação redentora (transformadora da realidade) de Deus na história humana através de Jesus o Cristo, que vive para sempre e está entre nós, é Deus-Conosco, Emanuel.
Que o Senhor nos ajude a encontrar o Cristo pelos caminhos do cotidiano.
Luiz Caetano, ost+
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